quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

não tenha vergonha de dizer eu te amo .


Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa,
jogavam bolinhas de gude.
Quando Júlio o menino mais novo
disse ao irmão Ricardo:
- Meu querido irmão, eu te amo muito
e nunca quero me separar de você!
Ricardo sem dar muita importância
ao que Júlio disse, pergunta:
- O que deu em você moleque?
Que conversa besta é essa de amar?
Quer calar a boca e continuar jogando?
E os dois continuaram jogando
a tarde inteira até anoitecer.
À noite o senhor Jacó, pai dos garotos
chegou do trabalho,
estava exausto e muito mal humorado,
pois não havia conseguido
fechar um negócio importante.
Ao entrar, Jacó olhou para Júlio
que sorriu para o pai e disse:
- Olá papai, eu te amo muito
e não quero nunca me separar do senhor!
Jacó no auge de seu mal humor e stress disse:
- Júlio, estou exausto e nervoso,
então por favor
não me venha com besteiras!
Com as palavras ásperas do pai,
Júlio ficou magoado e foi chorar
no cantinho do quarto.
Dona Joana, mãe dos garotos
sentindo a falta do filho
foi procurá-lo pela casa,
até que o encontrou no cantinho do quarto
com os olhinhos cheios de lágrimas.
Dona Joana espantada
começou a enxugar as lágrimas do filho
e perguntou:
- O que foi Júlio, porque choras?
Júlio olhou para a mãe,
com uma expressão triste e lhe disse:
-Mamãe, eu te amo muito
e não quero nunca me separar da senhora!
Dona Joana sorriu para o filho e lhe disse:
-Meu amado filho, ficaremos sempre juntos!
Júlio sorriu, deu um beijo na mãe
e foi se deitar.
No quarto do casal,
ambos se preparando para se deitar,
Dona Joana pergunta para seu marido Jacó:
- Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha? Jacó muito estressado com o trabalho
disse a esposa:
- Esse moleque só está querendo
chamar a atenção…
Deita e dorme mulher!
Então todos se recolheram
e todos dormiam sossegados.
Às 2 horas da manhã,
Júlio se levanta vai ao quarto de seu irmão.
Ricardo e fica observando o irmão dormir… Ricardo incomodado com a claridade
acorda e grita com Júlio:
- Seu louco, apaga essa luz e me deixa dormir! Júlio em silêncio obedeceu o irmão,
apagou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais… Chegando ao quarto de seus pais
acendeu a luz e ficou observando
seu pai e sua mãe dormirem.
O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:
- O que aconteceu Júlio?
Júlio em silencio só balançou a cabeça
em sinal negativo,
respondendo ao pai que nada havia ocorrido.
Daí o senhor Jacó irritado perguntou ao Júlio:
- Então o que foi moleque?
Júlio continuou em silêncio.
Jacó já muito irritado berrou com Júlio:
- Então vai dormir seu doente!
Júlio apagou a luz do quarto
se dirigiu ao seu quarto e se deitou.
Na manhã seguinte todos se levantaram cedo,
o senhor Jacó iria trabalhar,
a dona Joana levaria as crianças para a escola
e Ricardo e Júlio iriam à escola…
Mas Júlio não se levantou.
Então o senhor Jacó,
que já estava muito irritado com Júlio,
entra bufando no quarto do garoto e grita:
- Levanta seu moleque vagabundo!
Júlio nem se mexeu.
Então Jacó avança sobre o garoto
e puxa com força o cobertor do menino
com o braço direito levantado
pronto para lhe dar um tapa quando percebe
que Júlio estava com os olhos fechados
e que estava pálido.
Jacó assustado colocou a mão
sobre o rosto de Júlio e pôde notar
que seu filho estava gelado.
Desesperado Jacó gritou
chamando a esposa e o filho Ricardo
para ver o que havia acontecido com Júlio… Infelizmente o pior.
Júlio estava morto e sem
qualquer motivo aparente.
Dona Joana desesperada abraçou o filho morto
e não conseguia nem respirar de tanto chorar. Ricardo desconsolado
segurou firme a mão do irmão
e só tinha forças para chorar também.
Jacó em desespero soluçando
e com os olhos cheios de lágrimas,
percebeu que havia um papelzinho dobrado
nas pequenas mãos de Júlio.
Jacó então pegou o pequeno pedaço de papel
e havia algo escrito com a letra de Júlio.
“Outra noite Deus veio falar comigo
através de um sonho,
disse a mim que apesar de amar minha família
e dela me amar, teríamos que nos separar.
Eu não queria isso,
mas Deus me explicou que seria necessário.
Não sei o que vai acontecer
mas estou com muito medo.
Gostaria que ficasse claro
apenas uma coisa:
- Ricardo, não se envergonhe
de amar seu irmão.
- Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo.
- Papai, o senhor de tanto trabalhar
se esqueceu de viver.
- Eu amo todos vocês!”
Quantas vezes não temos tempo
para parar e amar,
e receber o amor que nos é ofertado?
Talvez quando acordarmos
possa ser tarde demais…
mas, ainda há tempo!

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